Um estudo realizado em Braga por técnicos da Universidade do Minho mostra que existem, cada vez mais, ‘favelas dos ricos’; bairros de casas de luxo, sem relações de vizinhança e sem participação na vida social, disse à Lusa um dos responsáveis pela investigação.
«São casas construídas nas encostas de montes, com vista sobre as cidades, mas totalmente voltadas para o interior e para a privacidade», referiu Miguel Bandeira, geógrafo e um dos autores do estudo sobre as «favelas dos ricos».
As favelas dos ricos são vivendas unifamiliares, com uma média de 350 metros quadrados de construção e onde vivem, em média, três pessoas.
O estudo, que ainda não terminou, está a ser elaborado por Miguel Bandeira, geógrafo, Carlos Veiga, sociólogo e Patrícia Veiga, arquitecta, todos do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.
(…) «Tendo por exemplo as favelas do Brasil, em Braga, temos encostas cheias de casas de luxo, construídas para dar segurança e privacidade a quem lá vive», referiu o sociólogo.
«São áreas do extinto mundo rural, onde os socalcos usados para a agricultura foram transformados em lotes de construção de vivendas de alta qualidade e onde os caminhos rurais foram alcatroados», explicou Miguel Bandeira.
«São casas construídas nas encostas de montes, com vista sobre as cidades, mas totalmente voltadas para o interior e para a privacidade», referiu Miguel Bandeira, geógrafo e um dos autores do estudo sobre as «favelas dos ricos».
As favelas dos ricos são vivendas unifamiliares, com uma média de 350 metros quadrados de construção e onde vivem, em média, três pessoas.
O estudo, que ainda não terminou, está a ser elaborado por Miguel Bandeira, geógrafo, Carlos Veiga, sociólogo e Patrícia Veiga, arquitecta, todos do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.
(…) «Tendo por exemplo as favelas do Brasil, em Braga, temos encostas cheias de casas de luxo, construídas para dar segurança e privacidade a quem lá vive», referiu o sociólogo.
«São áreas do extinto mundo rural, onde os socalcos usados para a agricultura foram transformados em lotes de construção de vivendas de alta qualidade e onde os caminhos rurais foram alcatroados», explicou Miguel Bandeira.
Moradores de bairros de luxo, "ignoram" actividades e equipamentos da localidade onde vivem, disse à Lusa a tesoureira da junta de freguesia de Lamaçães.
A Serra de Espinho, entre os santuários do Sameiro e do Bom Jesus, pertence, entre outras, às freguesias de Lamaçães e Nogueiró.
Na encosta da serra, com vista para a cidade de Braga, nos últimos dez anos, foram construídas centenas de moradias de luxo.
«As famílias vivem em Lamaçães mas é como se não vivessem», disse Virgínia Esteves, tesoureira da junta de freguesia local. «Não estão recenseados aqui, as crianças não frequentam o centro escolar público, não frequentam a catequese da paróquia e as famílias não vão à missa da freguesia», salientou a mesma fonte.
Sem moradias à venda, a vida na encosta da Serra de Espinho, parece pacífica. Às 15hOO de um dia de semana, quando se toca à campainha, é a empregada que responde. Mulheres de países de Leste, brasileiras e portuguesas, as empregadas limitam-se a dizer que «os senhores não estão em casa» e que não sabem a que horas voltam.
Durante o dia, a 'favela' é um local com ruas vazias, sem automóveis e com muito sossego. «A ideia que dá é que os vizinhos nem se conhecem. Cada um tem a sua piscina, o seu terraço, quem tem crianças, instala um parque infantil no jardim e vivem dentro do seu lote de terreno», referiu uma empregada doméstica. «Eu só conheço as minhas colegas de as ver a colocar o lixo na rua e pouco mais mas olhe que as famílias são felizes aqui», salientou.
Lamaçães é uma freguesia «modelo» para os técnicos da Universidade do Minho. «Existem três tipos de habitantes: Os que vivem nas casas originais do mundo rural, que têm as crianças na escola local e que fazem a vida na freguesia. Há as famílias que residem em moradias em banda e que "fogem" aos apartamentos da cidade e há os que vivem nas moradias construídas nos antigos terrenos de cultivo. São estes os habitantes daquilo a que chamamos favelas», explicou Carlos Veiga.
A Serra de Espinho, entre os santuários do Sameiro e do Bom Jesus, pertence, entre outras, às freguesias de Lamaçães e Nogueiró.
Na encosta da serra, com vista para a cidade de Braga, nos últimos dez anos, foram construídas centenas de moradias de luxo.
«As famílias vivem em Lamaçães mas é como se não vivessem», disse Virgínia Esteves, tesoureira da junta de freguesia local. «Não estão recenseados aqui, as crianças não frequentam o centro escolar público, não frequentam a catequese da paróquia e as famílias não vão à missa da freguesia», salientou a mesma fonte.
Sem moradias à venda, a vida na encosta da Serra de Espinho, parece pacífica. Às 15hOO de um dia de semana, quando se toca à campainha, é a empregada que responde. Mulheres de países de Leste, brasileiras e portuguesas, as empregadas limitam-se a dizer que «os senhores não estão em casa» e que não sabem a que horas voltam.
Durante o dia, a 'favela' é um local com ruas vazias, sem automóveis e com muito sossego. «A ideia que dá é que os vizinhos nem se conhecem. Cada um tem a sua piscina, o seu terraço, quem tem crianças, instala um parque infantil no jardim e vivem dentro do seu lote de terreno», referiu uma empregada doméstica. «Eu só conheço as minhas colegas de as ver a colocar o lixo na rua e pouco mais mas olhe que as famílias são felizes aqui», salientou.
Lamaçães é uma freguesia «modelo» para os técnicos da Universidade do Minho. «Existem três tipos de habitantes: Os que vivem nas casas originais do mundo rural, que têm as crianças na escola local e que fazem a vida na freguesia. Há as famílias que residem em moradias em banda e que "fogem" aos apartamentos da cidade e há os que vivem nas moradias construídas nos antigos terrenos de cultivo. São estes os habitantes daquilo a que chamamos favelas», explicou Carlos Veiga.
in DIÁRIO DO MINHO, 09-03-09