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24/06/09

40 ANOS DO PAI DE TODOS OS FESTIVAIS



Woodstock foi anunciado como uma "Exposição Aquariana", organizado na fazenda de 600 acres de Max Yasgur, na cidade rural de Bethel, Nova York, de 15 a 18 de Agosto de 1969. O festival é o exemplo de uma era hippie e de contra-cultura no final dos anos 60.

Trinta e dois dos mais conhecidos músicos da época apresentaram-se durante fim de semana de chuva. perante meio milhão de fãs.Apesar de tentativas posteriores de emular o festival, o evento original provou ser único e lendário, reconhecido como uma dos maiores momentos na história da música popular.

17/01/09

ENAMORAMENTO

O que é o enamoramento? É o estado nascente de um movimento colectivo a dois. Esta definição coloca o problema do enamoramento de um modo novo, segundo uma óptica diferente daquela que nos foi transmitida pela psicologia, pela sociologia e pela própria arte. O enamoramento não é um fenómeno quotidiano, uma sublimação da sexualidade ou um capricho da imaginação, nem tão-pouco um sentimento sui generis inefável, divino ou diabólico, antes pode ser inserido numa classe de fenómenos já conhecidos, os movimentos colectivos. Entre estes tem certamente a sua individualidade muito própria, isto é, não pode ser confundido com outros tipos de movimentos colectivos, como a reforma protestante, o movimento estudantil, ou o feminista. Contudo, entre estes e o enamoramento há um parentesco muito próximo, as forças que se libertam e que actuam são do mesmo tipo, muitas das experiências de solidariedade, alegria de viver, renovação, são análogas. A diferença fundamental está no facto de os grandes movimentos colectivos serem constituí­dos por muitíssimas pessoas e estarem abertos ao ingresso de outras mais. Contrariamente, o enamoramento, sendo em­bora um movimento colectivo, nasce apenas entre duas pessoas, e o seu horizonte de dependência, qualquer que seja o valor universal que possa desencadear, está vinculado ao facto de ser completo com duas únicas pessoas.
Durkheim, falando dos estados de efervescência colectiva, escreve: «O homem tem a im­pressão ser 'dominado por forças que não reconhece como suas, que arrastam, que ele não domina. Sente-se trans­portado a um mundo diferente daquele em que decorre a sua existência privada. A vida aqui não é somente intensa, mas qualitativamente diferente. Ele desinteressa-se, esque­ce-se de si próprio, dá-se inteiramente aos fins comuns. Esta vida superior é vivida com tão forte intensidade e de forma de tal modo exclusiva que ocupa quase completamente as cons­ciências, das quais afasta mais ou menos completamente as preocupações egoísticas e vulgares». Durkheim, quando escreveu estas palavras, não pensava minimamente no enamoramento, tinha em mente a Revolução Francesa e outros grandes episódios revolucionários. Na realidade, a expe­riência que descreve é muito mais prolixa. Encontramo-la nos grandes processos históricos, como a Revolução Fran­cesa, o desenvolvimento do cristianismo ou do Islão, mas também em outros movimentos de pequenas dimensões. Todos os movimentos colectivos, na sua fase inicial, têm estas características. O facto curioso é que as palavras de Durkheim possam ser aplicadas também ao enamoramento.

FRANCESCO ALBERONI, Enamoramento e Amor