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11/11/09

Novas formas de socialização primária ou socialização secundária precoce?

A socialização é um processo interactivo e gradual que se dá durante o desenvolvimento pode ser:
- primária que são os conhecimentos básicos, que ocorrem a partir da infância, modelos de comportamento morais e sociais, linguagem, etc. ;
- secundária que são os conhecimentos especializados, que integram o indivíduo em funções específicas na sociedade como a profissão, por exemplo.

Esta imagem representa as influências das tecnologias e da Internet em todas as fases da vida humana, até mesmo na infância (altura em que adquirimos os nossos conhecimentos básicos – socialização primária).


Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSqTAwQGhGAVsySYJufChrrmPaQYvLHNM9lafk7jjgMQBSIw8d_h6jZd0MS-4eE2lJgdtcSLvnspnGIDQk27y-DECZq4zyln_6lf_HDMEI9Of9fdiMjKclMqer8ICaE3LVXw7wnV7qHMOd/s320/socializa%C3%A7%C3%A3o.png

31/10/09

UMA ESTÓRIA

Uma professora do ensino básico pediu aos alunos que fizessem uma redacção sobre o que gostariam que Deus fizesse por eles.

Ao fim da tarde, quando corrigia as redacções, leu uma que a deixou muito emocionada. O marido, que, nesse momento, acabava de entrar, viu-a a chorar e perguntou:

- O que é que aconteceu?

Ela respondeu:

- Lê isto.

Era a redacção de um aluno.


Senhor, esta noite peço-te algo especial: transforma-me num televisor. Quero ocupar o lugar dele. Viver como vive a TV da minha casa. Ter um lugar especial para mim, e reunir a minha família à volta... Ser levado a sério quando falo... Quero ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções nem perguntas. Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. E ter a companhia do meu pai quando ele chega a casa, mesmo quando está cansado. E que a minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de me ignorar.. E ainda, que os meus irmãos lutem e se batam para estar comigo. Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo. E, por fim, faz com que eu possa diverti-los a todos. Senhor, não te peço muito...Só quero viver o que vive qualquer televisor.


Naquele momento, o marido disse:

- Meu Deus, coitado desse miúdo! Que pais!

E ela olhou-o e respondeu:

- Essa redacção é do nosso filho!

Em mail de Ana Moura

07/02/09

UM QI ACIMA DE 120 NÃO TEM VANTAGEM

O jornalista Malcolm Gladwell, que chegou a ser campeão de 1500 metros de atletismo, é considerado uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, cobra 40 mil euros por conferência e lançou o seu livro: Outliers – a História do Sucesso. Mas se quer continuar a acreditar no mito do self-made man, que nasce pobre, trabalha horas a fio e, sem qualquer ajuda transforma-se num homem de sucesso, então é melhor não o ler. “Este tipo de explicações para o sucesso não funciona. As pessoas não se erguem do nada. O que verdadeiramente distingue as suas histórias não é um talento extraordinário, mas as extraordinárias oportunidades que tiveram”, defende.
Einstein tinha um quociente de inteligência (QI) de 150. Chris Langan, que ficou conhecido como o americano com um QI mais elevado, chegou aos 195: começou a falar aos seis meses e a ler aos 3 anos, aos 5 questionava a existência de Deus e, na escola, tirava notas elevadas em testes de línguas estrangeiras que não conhecia - só precisava de estudar três minutos antes. Mas não foi lon­ge: perdeu uma bolsa de estudo, desistiu da faculdade e foi porteiro grande parte da vida. Para Gladwell, isto significa que um Q1 supe­rior a 120 não tem vantagens na vida real.
Fundamental é o conceito de "inteligência prática": "Saber o que dizer a quem, saber quando dizê-lo e saber como dizê-lo para ob­ter o máximo efeito". Esta capacidade depen­de, sobretudo, da família em que nascemos. Para Gladwell, as crianças de classe média e alta estão em vantagem: são expostas a mais experiências, aprendem a trabalhar em equipa e a interagir de maneira mais confortável com os adultos - Chris Langan cresceu numa fa­mília pobre, com um padrasto alcoólico.
ANA TABORDA, Sábado, 27-11-08 (adaptado)

29/11/08

ENTRE MARIDO E MULHER...

Em Portugal, o número de mulheres assassinadas duplicou face a 2007. Este ano, que ainda não terminou, 44 mulheres morreram vítimas de violência doméstica. Espanha, com uma população quatro vezes superior, o país cujos habitantes são, segundo o estereótipo, mais agressivos, registou apenas cerca de mais uma dezena de casos. Por cá, todas as semanas, uma mulher é assassinada pelo marido, namorado, companheiro ou ex-qualquer coisa. A este número acrescem mais de 60 tentativas de homicídio. Geralmente perpetradas com armas de fogo, ferramentas. ou armas brancas. E envenenamento.
Porque muitas mulheres ainda não pedem socorro? Receiam as consequências. Outras nem sequer têm consciência de que são vítimas de um crime e resignam-se. E quantas vezes não lemos nos jornais, que os vizinhos «até sabiam», mas nada fizeram?
A violência contra a mulher ainda goza de cumplicidade e impunidade da sociedade porque as mulheres são vítimas de uma violência secular e a visão patriarcal de que a mulher deve ser subalterna ainda domina. É verdade que, sobretudo depois dos anos 60, estas questões deixaram a esfera privada e passaram à esfera pública, passando a ser encaradas como um problema político e de direitos humanos. No entanto, porque estes comportamentos foram, durante milénios, encarados como aceitáveis ou até desejáveis, muito há ainda por fazer.
Pois é. O dito «entre marido e mu­lher não se mete a colher» ainda vin­ga na polícia, na justiça e na polícia. Este ano, em sete distritos não se verificou uma única detenção de agressores. E, no nosso país, só um homem se encontra a cumprir pena de prisão por violência doméstica. Um apenas. Os brandos costumes existem, sim. Estão é do lado errado.

JOANA AMARAL DIAS, in Sexta 28-11-2008 (adaptado)

15/11/08

NOJOOD, 10 ANOS, DIVORCIOU-SE E AGORA É "WOMAN OF THE YEAR 2008"


A revista Glamour descreveu-a como "a mais célebre divorciada" do mundo, mas não foi por isso que a distinguiu, esta semana, como uma das dez Women of the Year 2008. Nojood Mohammed Ali, de dez anos, viajou de Sanaa, capital do Iémen, até Nova Iorque, para partilhar o prémio com Hillary Clinton, Condoleezza Rice ou Nicole Kidman por ter aberto o caminho às meninas que querem libertar-se de casamentos forçados. (…)O drama de Nojood começou quando o pai, um desempregado que antes recolhia lixo nas ruas, quebrou a promessa de não a retirar da escola para lhe arranjar um marido, como fez a outras irmãs.

Ela frequentava a segunda classe e adorava estudar Matemática e o Corão. Ele foi buscá-la para a entregar a um homem de 30 anos, o carteiro Faiz Ali Thamer. No dia do casamento, confiante num alegado compromisso de que a união não seria consumada antes de ela "ser adulta", a menina ficou fascinada com o dote: três vestidos, um perfume, duas escovas do cabelo, dois hijab (véu islâmico) e um anel cujo preço equivalia a 20 dólares. Este foi logo vendido por Thamer, que comprou roupas para si. A partir dali, a vida da recém-casada só piorou. "Eu corria de sala em sala para tentar fugir, mas ele acabava sempre por me apanhar", revelou Nojood ao jornal Yemen Times. "Chorei tanto, mas ninguém me ouvia. Sempre que eu queria brincar no pátio, ele vinha, batia-me e obrigava-me a ir para o quarto com ele. E se seu pedia misericórdia ainda batia e abusava mais de mim. Eu só queria ter uma vida respeitável. Um dia fugi."Nojood apanhou primeiro um autocarro e depois um táxi e foi até a um tribunal de Sanaa. Ela era tão pequenina, que quase passou despercebida aos magistrados, aos advogados e a outros funcionários. À hora de almoço, quando a multidão se dispersava, relatou o diário Los Angeles. Times, "um juiz curioso aproximou-se dela e perguntou-lhe o que fazia sentada num dos bancos". A resposta foi: "Eu vim pedir o divórcio." Mohammed al-Qadhi, o juiz, ficou comovido.
No Iémen, segundo um estudo da Universidade de Sanaa, cerca de 52 por cento das raparigas são forçadas a casar-se antes dos 18 anos. "O exemplo de Nojood vai aumentar a pressão para que se defina uma idade mínima para casar", diz ao PÚBLICO, por telefone, Mohammed al-Kibsi, do jornal Yemen Observer. "Os islamistas do Comité da Sharia [lei corânica] recusam impor limites, mas há um grande movimento da sociedade civil para que o Parlamento aprove este mês uma lei que imponha os 18 anos como idade mínima. Vai haver compromisso, para os 16 anos."
MARGARIDA SANTOS LOPES, Público, 14.11.2008 (adaptado)